quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Primavera precoce

Há 3 semanas chegamos em Campo Limpo Paulista e encontramos nosso ipê começando a dar flores – no início de agosto! Dizem que a falta de chuvas estressa as árvores e elas, prevendo seu fim, esforçam-se por dar uma última florada, ainda que fora de tempo.

Se é verdade ou não, não sei. Mas constatei o fenômeno em diversas espécies. O interessante é que, mesmo com poucas flores nesse começo, a árvore contrastou com o céu azul ao extremo, formando um lindo quadro (a Edi, que trabalha aqui em casa, perguntou: Como a senhora fez pra ficar esse céu tão azul na foto?rss). E eu, gulosa, até pensei que a árvore poderia estar completamente florida, para termos um espetáculo raro.

Ela me atendeu. No sábado seguinte estava totalmente aberta, cheia de buquês amarelos, contra um céu... cinza e totalmente nublado!

Tenho que aprender que as coisas não precisam estar perfeitas para ser maravilhosas. Tenho que criar um novo padrão de expectativa: não esperar!

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Pra onde ela vai nos levar?




Who knows where the road will lead us...

Como já cantava o Frank Sinatra, "quem pode dizer aonde a estrada vai nos levar? Só um louco poderia dizer"!

Nunca teremos certeza de nada com relação ao amanhã ou para onde a estrada vai nos levar. Mas podemos planejar quem estará ao nosso lado durante a viagem.

Ter um grupo de apoio, a família, uma comunidade, é muito importante na caminhada – são eles que abrem uma sacolinha com lanche e água, quando estamos de língua de fora, sem conseguir dar um passo à frente. São eles que assopram para secar mais depressa o antisséptico no nosso joelho esfolado. São a nossa conexão horizontal.

Ter um relacionamento com o Criador, um tempo de quietudo em que possamos voltar momentaneamente “pra casa”, também faz parte do suporte de viagem.


E o mais, é com a gente mesmo. Pôr os pés no chão e dar o passo - um de cada vez, hoje, amanhã e depois de amanhã.





segunda-feira, 15 de agosto de 2011

A flor nasce onde menos esperamos



Certa vez ouvi minha diretora comentando que o cactus era uma planta muito agressiva, cheia de espinhos, pouco amigável. Eu, que era ainda bastante jovem e tinha grande admiração por suas idéias, tomei para mim a mesma opinião. Não só a divulgava verbalmente, como também me recusava a sentir qualquer tipo de interesse pela planta.

Até que um dia, em viagem a Phoenix, descobri que esta cidade está localizada numa das regiões mais secas e desérticas do Arizona. Sendo assim, o morador comum, sem possibilidade de irrigar suas terras, só consegue ter um jardim de terra batida, marrom e seca, com um ou dois cactus adultos, coroados por círculos de pedras.

Então pensei que essas pessoas não têm outra opção, senão amar o cactus, pois é o único tipo de vegetal que se desenvolve em terra tão árida. E me abri para uma nova aventura, a de descobrir o maior número possível de espécies, com suas lindas e coloridas flores, e todos os pássaros que elas conseguem atrair.

Ao longo da vida vamos aprendendo a amar os tempos de deserto, bem como os nossos cactus. Podem até ser espinhosos, mas são nossos. E melhor: ainda conseguem produzir flores.

Hoje, quando entrei no meu escritório, tive uma grata surpresa: o pequeno cactus que comprei há cerca de 3 semanas me presenteou com uma delicada flor verde! Bênção do dia!